A Convenção de Diversidade Biológica – CDB, em seu Artigo 2, define a biodiversidade, ou diversidade biológica, como: “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.
São três os principais argumentos sobre a importância da conservação da biodiversidade:
· Contribuição econômica direta, por meio da imensa quantidade de produtos alimentares, farmacêuticos e de uso industrial derivados da fauna e da vegetação, os quais contribuem, ou podem vir a contribuir, diretamente para a vida humana.
· Participação na manutenção dos grandes ciclos ambientais gerais do planeta,
· Tais como: o ciclo da água, dos climas, dos nutrientes etc.
Conservando a biodiversidade estarão sendo conservados os valores estéticos paisagísticos que atraem as pessoas por sua beleza ou “poder de fascinação”, sentimento de admiração, complexidade e variedade das inúmeras interligações das diferentes formas de vida etc.Existem hoje duas principais estratégias de conservação da biodiversidade: in situ (quando o estoque é preservado mediante a proteção do ecossistema onde o organismo encontra seu meio natural) e ex situ (que pode ser parte do organismo – quando é preservado a semente, o sêmen, ou qualquer outro elemento a partir do qual será possível a reprodução do organismo preservado – ou o organismo inteiro – quando uma certa quantidade de organismos é mantida fora do seu meio natural, em plantações, jardins botânicos, zoológicos, aquários, prédios ou coleções para cultivo). Para a conservação da biodiversidade, são utilizadas ainda medidas controladoras e reguladoras.Das estratégias acima mencionadas, a preservação in situ é a mais preferida, pois se preserva também os ecossistemas e as paisagens, o que resulta no alcance de outros tantos objetivos.
Desse modo, o sucesso na conservação da biodiversidade depende, principalmente, do estabelecimento de estratégias e ações coordenadas e harmônicas, estruturadas em um sistema de áreas protegidas.No mundo inteiro, aproximadamente 750 milhões de hectares de ecossistemas terrestres e marinhos são objeto de alguma forma de proteção, o que totaliza cerca de 1,5% da superfície da Terra, ou, 5,1% da extensão territorial dos países. Em termos de biodiversidade, o Brasil apresenta-se com o título de detentor da maior diversidade biológica do planeta, contando com pelo menos 10 a 20% do número total de espécies mundiais (MMA, 1999). Essa riqueza está distribuída em biomas como: a Amazônia, a Mata Atlântica, a Zona Costeira e Marinha (com seus diversos ecossistemas associados – mangues, restingas, praias, costões, recifes de corais, entre outros), as Florestas de Araucárias e Campos Sulinos, a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal.Trata-se de uma biodiversidade farta nos três níveis (de espécie, genético e ecossistemas), produto da grande variação climática e geomorfológica de um país de dimensões continentais, com mais de 8,5 milhões de km2 terrestres, isso sem contar com a plataforma continental e a respectiva Zona Econômica Exclusiva.No Brasil, o total de áreas protegidas, aproximadamente, chega a 8,13% do Território Nacional (MMA, 1998). A criação dessas verdadeiras “ilhas biológicas” significou um grande passo na luta para evitar a tendência de destruição dos nossos recursos naturais, estando, contudo, aquém do desejável para a manutenção dessa megadiversidade.Essas áreas são administradas com objetivos que variam desde a preservação da natureza em sentido escrito até a extração controlada de seus recursos.Nos últimos anos, assistimos a evoluções no foco das atividades dos ambientalistas, especialmente o Greenpeace. Se antes os ambientalistas se concentravam em salvar apenas algumas espécies de animais em extinção, agora consideram que a conservação dos ecossistemas, aliada ao desenvolvimento sustentável, é vital para a manutenção e a evolução da biodiversidade.
Dois dos ecossistemas que mais sofrem devido à ação do homem, são ás águas e o desmatamento das terras.
Segundo dados, cerca de 12% das terras do mundo estão protegidas, o dobro do que havia no inicio da década de 90. Mas boa parte desta proteção nunca saiu do papel. Ou como acontece em muitas partes aqui do Brasil, os lenhadores derrubam várias árvores e vendem de forma clandestina, pois não há policiamento suficiente nestas áreas.
Já as águas, em geral, os ecossistemas de água parada produzem, através dos organismos fotossintetizantes que abrigam o alimento necessário para a sua manutenção. Os ecossistemas de água corrente, por sua vez, são relativamente pobres em fitoplâncton. Assim, uma parte da matéria orgânica necessária para a sobrevivência dos animais que neles existem é importada dos ecossistemas terrestres vizinhos. Infelizmente, os ecossistemas aquáticos são vítimas constantes de inúmeros resíduos originados pelos diversos tipos de atividade humana. Recebem diariamente toneladas de lixo e de esgoto doméstico, agrotóxicos, metais pesados, detergentes, etc. Alguns dos nossos rios, como o Tietê, estão enquadrados entre os mais dramáticos exemplos de poluição aquática no planeta. Dessa forma, os animais aquáticos que vivem nestes lagos ou rios, acabaram sendo intoxicados e levá-los a morte.